Velho Mundo

Estudo descobre nova espécie que desvenda a chegada dos primeiros primatas às Américas

CAPPA (Reprodução)

Estudo descobre nova espécie que desvenda a  chegada dos primeiros primatas às Américas

Jorge Gonzales e Diego Barletta

Imagem revela como seria o Ashaninkacebus simpsoni

Paleontólogos e geólogos do Brasil, da França e da Argentina, descobriram, na Amazônia brasileira, um pequeno primata que está revolucionando o que sabemos sobre as origens dos macacos nas Américas.


Revelado através de um único dente fóssil, esse primata fornece informações sobre o tamanho e a dieta dos primeiros macacos que colonizaram a América do Sul, provenientes da África, há mais de 35 milhões de anos. O estudo foi publicado nesta segunda-feira (3) na revista Proceedings of the National Academy of Sciences USA (Biological sciences – Evolution).


A descoberta

Uma recente expedição paleontológica, realizada no alto Rio Juruá, no oeste da Amazônia brasileira, no Acre, levou à descoberta de um novo e surpreendente fóssil de um pequeno primata.


Batizado de Ashaninkacebus simpsoni, seu nome é dedicado às comunidades nativas Ashaninka que vivem na região e ao famoso paleontólogo evolucionista George G. Simpson, que, juntamente com o paleontólogo Llewellyn Ivor Price, foi pioneiro na pesquisa paleontológica no Rio Juruá na década de 1950.


O Ashaninkacebus desafia as concepções acerca da origem dos macacos do Novo Mundo, pois sua análise sugere que um terceiro grupo de primatas antropoides – semelhantes ao homem –, participou da colonização da América do Sul.


Um fato que surpreendeu os pesquisadores é que os dentes desse novo primata são muito mais próximos morfologicamente daqueles de formas primitivas do sul da Ásia, os Eosimiidae, e não dos primatas africanos como se acreditava.


Sobrevivência no Velho Mundo

Os dados indicam que Ashaninkacebus possuía tamanho pequeno e se alimentava principalmente de insetos e possivelmente de frutas. Essas características muito provavelmente aumentaram as chances de sobrevivência de seus ancestrais, que desempenharam a travessia do Atlântico, da África para a América do Sul, há cerca de 40 milhões de anos, sobre ilhas flutuantes naturais.


As estimativas dos tempos de divergência entre as espécies de primatas do Velho e do Novo Mundo apontam para a possível influência de fenômenos meteorológicos intensos associados ao aquecimento que ocorreu por volta de 40,5 milhões de anos atrás na África Ocidental. Tais fenômenos provocaram episódios de fortes inundações, as quais teriam favorecido a formação dessas ilhas flutuantes (fragmentos de terra e plantas que se desprendem das margens dos grandes rios quando acontecem eventos intensos).


A importância do estudo

Assim como os roedores caviomorfos (preás, capivaras, cutias, etc.), os macacos sul-americanos ou platirrinos (macacos-prego, saguis, micos, bugios, etc.) são considerados atualmente um dos grupos de mamíferos mais diversos da Região Neotropical. Reconstruir as origens, a história geográfica e as fases evolutivas iniciais desses primatas e roedores é uma das questões mais intrigantes e difíceis da paleomastozoologia.


O estudo foi realizado por professores, pesquisadores e estudantes do Museu de Ciências Naturais da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul, da Universidade Federal de Santa Maria, da Universidade Federal do Acre (campus Floresta), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, da Universidade de Brasília e da Universidade de São Paulo.


*Com informações do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica

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